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Pensador

Pensador

Respeito à Dança

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Olá a todos!
 
Continuando na senda das memórias, deixo mais um texto escrito há uns tempinhos. Espero que continue a ser actual e que se lembrem do que falo.
 
Começou mais um aguardado programa televisivo, o “Achas que Sabes Dançar?”, e não podia deixar de escrever umas linhas acerca disso. Depois de ver alguns castings e para além de considerar que sou um bailarino exímio, também acho que tenho vergonha na cara para não me expor de algumas formas. Mexo as ancas de uma maneira que qualquer bailarino profissional se sentiria envergonhado... Agora falando a sério, no dia em que souber dançar bem até o Pai Natal deixa de ser somítico. Ao contrário do que esperava, e que mostra que sou um perfeito leigo na dança, afinal em Portugal há quem saiba dançar. Sobretudo em cima de uma coluna e com uns copos a mais. Era capaz de jurar que vi pessoal com garrafas de água com aditivos na fila do casting e com um cartão de consumo no bolso, mas não posso dar a certeza. 
Como não podia deixar de ser, tenho de fazer um paralelismo com o “Ídolos”. Prefiro este de longe, pois em matéria de cromos promete. Tiro o meu chapéu à sobriedade do júri que não é tão duro com os concorrentes. Prefere sim, desatar a rir na cara dos indivíduos que se propõem a este programa televisivo. É muito melhor rir à fartazana na cara dos miúdos do que lhes chamar “azeiteiros”. Não posso deixar de referir que tal como no “Ídolos” foi dito, neste programa de dança que também se deveria apostar em produto nacional. Que eu me recorde o Hip Hop não vem de Alfama nem o ballet vem da Ribeira do Porto. Defendo e exijo respeito pelas tradições portuguesas. Exijo que este programa divulgue tudo o que de rico temos a nível de dança. Onde está o Fandango onde imperam as esporas nas botas? Onde estão os Pauliteiros de Miranda com a sua máscula vestimenta? Ou o Corridinho do Algarve onde os casais imitam um parafuso? E o Bailinho da Madeira onde se presta homenagem aos marrecos? Isso sim é dança, e exijo o respeito que o nosso folclore merece.
 
Bem hajam!